Editorial
Em fevereiro tem Carnaval. Tem Carnaval?
Chegou a época favorita do ano para boa parte dos brasileiros. O Carnaval faz parte da nossa cultura, uma parcela significativa da sociedade se prepara por meses para a folia e a cultura transborda por nossas ruas. Outros aproveitam o feriado estendido para viajar, curtir o verão e relaxar. Para mais alguns, é aquela data clichê de quando "começa o ano no Brasil." Mas e em Pelotas, hein?
Pelotas é uma cidade imersa em cultura. Se vê isso em todas as frentes possíveis. É ter festival, festa em rua, apresentação, sarau, baile, enfim. Tudo lota. Como, então, nós devemos nos resignar a ter um Carnaval fora de época? No último final de semana, os bloquinhos deixaram claro que por aqui essa veia é muito forte. São também muitas as nossas agremiações do samba. Em março, a avenida vai lotar. Portanto, fica difícil entender os motivos para fazer depois.
Neste ano, felizmente, ao que tudo indica, há pacificação na organização da folia por aqui. Ano passado, foi vergonhoso ver tanta confusão sendo levada a público. Essa tranquilização tende a ser positiva para evoluir o preparo e pensar em fazer uma festa agradável e do nível que a cidade merece. Está tudo organizado para março, com certamente uma bela festa esperando por todos e tudo feito com o maior zelo e dedicação, já que é algo produzido por pessoas apaixonadas.
No entanto, gera preocupação ver que Pelotas, enquanto Município polo da região, parece ter se resignado a perder "a data" e ter que fazer tudo fora de época. Seria ainda mais enriquecedor ver a festa por aqui na época tradicional. No entanto, o que vai se ver nos próximos dias é muita gente indo para outras cidades da região, que com menos estrutura, conseguem organizar um Carnaval fortíssimo "no dia certo." Assim, a Princesa do Sul deixa, em mais uma frente, de aproveitar seu potencial de atração turística e ainda perde de manter seus próprios moradores por aqui, fomentando a economia.
Mesmo fora de época, em março teremos uma festa lindíssima, feita com paixão pelas entidades organizadoras. Mas espera-se que, a curto prazo, o poder público comece a pensar em maneiras de competir em termos turísticos e a usar uma data tão querida por todos como uma maneira de estimular diversos setores, como tantas outras cidades fazem. Não dá para apenas se resignar com a ideia de que "ninguém fica aqui para o Carnaval".
Carregando matéria
Conteúdo exclusivo!
Somente assinantes podem visualizar este conteúdo
clique aqui para verificar os planos disponíveis
Já sou assinante
Deixe seu comentário